14/05/2009 - 17:02

Seminário inédito debate sobre conferencistas da 13ª Jornada de Literatura

 
Público foi convidado a conhecer detalhes sobre as obras de Pierre Lévy, Guilhermo Arriaga e Teresa Colomer

Foto: Cristiane Sossella
Professores da UPF apresentaram informações sobre os conferencistas

O auditório do Sesc Passo Fundo esteve lotado, na noite de quarta-feira, 13 de maio, por ocasião do Seminário de Pré-Jornada, evento preparatório à 13ª Jornada Nacional de Literatura, que acontece de 24 a 28 de agosto, em Passo Fundo. Acadêmicos, professores universitários, professores de escolas públicas e particulares e comunidade puderam conhecer, a partir do relato de especialistas, detalhes sobre as obras dos três autores conferencistas da Jornada, Pierre Lévy, Guilhermo Arriaga e Teresa Colomer.

De acordo com a coordenadora das Jornadas, professora Tania Rösing, a atividade inédita soma-se às outras ações da pré-jornada, que propiciam um debate sobre as obras de autores que estarão presentes na movimentação cultural, em agosto. “A Pré-Jornada vai se aperfeiçoando a cada edição e se constituindo cada vez mais no nosso diferencial enquanto Jornada Nacional de Literatura”, afirmou, lembrando que a equipe já esteve em mais de 60 cidades gaúchas e catarinenses motivando leitores.

O seminário teve como convidados três professores da Universidade de Passo Fundo (UPF). A coordenadora do curso de Letras, Dra. Fabiane Verardi Burlamaque falou sobre a pesquisadora espanhola Tereza Colomer, que destaca-se pelo trabalho na literatura infanto-juvenil; o professor do curso de Ciência da Computação e do Programa de Pós-graduação em Educação da UPF, Dr. Adriano Canabarro Teixeira, palestrou sobre o estudioso da vida digital e das mudanças que as novas tecnologias provocam nas relações humanas, Pierre Lévy. Já o professor da Faculdade de Artes e Comunicação, Ms. Cleber Nelson Dalbosco, falou sobre o escritor, historiador e cineasta Guilhermo Arriaga.

Literatura para um leitor novo
De acordo com a professora Fabiane, Tereza Colomer é uma das mais conhecidas especialistas espanholas em literatura infantil e juvenil, áreas que, muitas vezes, não têm a devida importância. “Essa literatura ainda é vista como um gênero menor. As pessoas não se dão conta de que para escrever um texto literário destinado às crianças tem que se ter os mesmos critérios da literatura voltada ao público adulto. Se essa criança não estiver desde cedo em contato com os diferentes materiais de boa qualidade, jamais será um bom leitor”, exemplifica.

Para Fabiane, é fundamental que a literatura infanto-juvenil respeite o novo leitor, apontado por Tereza Colomer como diferente do leitor conformativo do século XVIII. “O novo leitor convive com as tecnologias audiovisuais, cinema, internet, videogame. Como ele vai se conformar com uma obra tradicional?”, questiona.

A conferência “Andar entre livros”, com Tereza Colomer, acontece no segundo dia da 13ª Jornada de Literatura, 25 de agosto, às 20h, no Circo da Cultura.

Um multimídia
Dalbosco, que falou sobre o mexicano Guilhermo Arriaga, destacou a atuação do escritor, roteirista, produtor, diretor e historiador. “A tecnologia e a arte são indissociáveis, inclusive o tipo de arte que é produzido muito depende da tecnologia. Assim, Arriaga se utiliza de todas essas ferramentas, de uma linguagem estética moderna que o cinema propicia para se comunicar”, garante.

Na opinião do professor da UPF, o principal da obra Arriaga é a referência ao caos. “Arriaga reitera em sua obra sobre essa pseudo-idéia de que a gente governa a vida. Entretanto, a vida está sempre acontecendo, o que se programa muitas vezes não ocorre como se imagina. O mexicano faz essa discussão por meio de uma linguagem não-linear”, esclarece.

A conferência com a presença de Guilhermo Arriaga na 13ª Jornada Nacional de Literatura acontece no dia 26 de agosto, às 20h, no Circo da Cultura.

Novas tecnologias
Último palestrante da noite, Teixeira explicou ao público que o teórico da cibercultura, da realidade virtual e da inteligência coletiva, Pierre Lévy, é um excelente autor para a iniciação a esses conceitos. Na opinião do professor da UPF, Lévy deve trazer, em sua conferência na Jornada, alguns conceitos que permitem compreender por que as tecnologias têm grande contribuição a dar no processo de criação de novas possibilidades de autoria, de ressignificação constante da manifestação humana. “O conceito de redes é anterior às tecnologias. O que temos agora são tecnologias, como, por exemplo, a internet, que instituem um novo espaço – o ciberespaço – que aproxima as pessoas, possibilita que elas estabeleçam processos comunicacionais, processos colaborativos ou cooperativos, que não estão necessariamente ligados às leis do nosso mundo físico, do dia-a-dia”, salienta.

Teixeira relata que para Lévy a cibercultura é a universalização, ou seja, todo mundo conectado a todo mundo, sem leis que regem a conduta, sem questões pré-determinadas, fixas, que prendem o ser humano. “O autor coloca que quanto mais universais nós somos, menor a probabilidade de totalização, de enquadrar os grupos, as manifestações dentro de um padrão específico”, argumenta.

A conferência “A cibercultura”, com Pierre Lévy, na 13ª Jornada Nacional de Literatura, acontece no dia 27 de agosto, às 20h, no Circo da Cultura.

 


Assessoria de Imprensa UPF