26/10/2009 - 16:34

UPF e Red de Universidades Lectoras entregam declaração ao ministro da Educação na abertura da Jornada de Literatura de Passo Fundo


Carta-declaração será entregue na cerimônia de abertura nesta segunda (26), às 19h30. Propostas vão desde ações para o desenvolvimento e o fomento à pesquisa nas temáticas da leitura e da escrita à necessidade de reforçar o papel da universidade como mediadora cultural.

Na abertura oficial da 13a Jornada Nacional de Literatura de Passo nesta segunda-feira (26), às 19h30, no Circo da Cultura, o ministro da Educação, Fernando Haddad, receberá das mãos da coordenadora geral do evento, Tania Rösing, uma carta-declaração manifestando a necessidade de incentivar a leitura e a escrita dentro das universidades, como forma de melhorar as habilidades e as competências na formação profissional dos estudantes.

A proposta de entregar a carta ao ministro foi decidida durante o Encontro Internacional da Red de Universidades Lectoras, que terminou na manhã desta segunda-feira (26), no Itatiaia Premium Hotel, em Passo Fundo. O evento, que pela primeira vez foi realizado no Brasil, reuniu acadêmicos da Espanha, Portugal e Brasil, e marcou o ingresso da Universidade de Passo Fundo no convênio da Red.

Formado por 15 instituições de ensino da Espanha e Portugal, o convênio tem por objetivo básico promover a troca experiências entre as instituições de ensino participantes e coordenar atuações em relação à leitura e à escrita na universidade. Além disso, a Red atua para melhorar as competências dos universitários e examinar as práticas e estratégicas de alfabetização acadêmica, promovendo atividades de extensão de leitura e escrita em sentido amplo.

Entre outras questões, a declaração entregue ao ministro pede ações para o desenvolvimento e o fomento à pesquisa nas temáticas relacionadas à leitura e à escrita. Além disso, é “necessário reforçar o papel da universidade como mediadora cultural, em especial, em suas implicações na sociedade e em seu entorno, através de atividades de colaboração, projeção e extensão”.

Para o coordenador da Red, o espanhol Eloy Martos Núñez, professor doutor da Universidad de Extremadura, é evidente que a leitura e escrita dentro das universidades estão debilitadas. “Cada vez mais se lê e escreve menos, e a qualidade também está pior”, afirma o professor. “As universidades não devem cumprir apenas um papel funcionalista, ou seja, de colocar bons profissionais no mercado. Trata-se de investir no pleno desenvolvimento das capacidades do estudante, com particular ênfase ao pensamento crítico”, explica o coordenador da Red.

Martos Núñez não crê que a internet é a vilã nessa história. “Obviamente, existe uma fratura entre a cultura letrada que buscamos dentro das universidades e a cibercultura, mas a culpa pela baixa qualidade que se verifica hoje não é desta última. O uso adequado das novas tecnologias de comunicação e de informação pode, sim, ser um aliado no processo de educação”, ressalta. “Diferentemente do que ocorre com o cinema e a TV, o leitor tem uma relação ativa e interativa com a internet. Mas o diferencial qualitativo está na forma como o internauta usa a informação disponível na web”.

Segundo Martos Núñez, a solução para o problema passa pela capacitação dos mediadores. “É preciso que os professores estimulem nos alunos a leitura e a escrita dentro das universidades. Não é porque temos problemas estruturais nos ensinos Fundamental e Médio, o que faz com que muitos alunos cheguem despreparados no ensino superior, que a universidade deve se abster de seu papel na alfabetização acadêmica”, conclui.

Assessoria de Imprensa Jornadas Literárias