Jornada de literatura, capital da literatura, largo da literatura e, agora, ponto de leitura. A Capital Nacional da Literatura inaugurou na tarde desta segunda-feira, 26 de outubro, o Ponto de Leitura “Largo da Literatura”. O ponto vem reconhecer as iniciativas e os projetos de incentivo à leitura em diversas cidades. A principal meta é democratizar o acesso da população a equipamentos e serviços culturais de qualidade. O evento integra a programação da 13ª Jornada Nacional de Literatura, que acontece de 26 a 30 de outubro, na Universidade de Passo Fundo (UPF).

A iniciativa é do Ministério da Cultura, por meio do programa Pontos de Leitura. O programa elegeu 514 iniciativas de fomento à leitura em todo o país. Somente no Rio Grande do Sul, foram 29 pontos beneficiados, entre eles o Largo de Literatura. Os Pontos de Leitura recebem R$ 20 mil em acervo de 650 livros, computador, mobiliário, almofadas, pufes e tapete, além de gibis da Turma da Mônica doados por Maurício de Sousa. As placas afixadas no Largo da Literatura lembram a inauguração do ponto e a visita do ministro da Educação Fernando Haddad.

O quesito para ser um ponto é dar fomento à leitura de pessoas físicas e jurídicas, em bibliotecas comunitárias, Pontos de Cultura, hospitais, sindicatos, presídios, associações comunitárias, entre outros, que invistam em acervos e atividades que estimulem e qualifiquem a leitura. Para o Secretário de Desporto e Cultura e diretor da faculdade de Artes e Comunicação, César Augusto Azevedo dos Santos, o momento de inaugurar esse ponto não poderia ser melhor. “O ponto é um reconhecimento oficial para Passo Fundo que vem se constituindo como uma referencia em termos de leitura, tanto que tivemos hoje a apresentação do Plano Municipal do Livro e Leitura”, considera.
O diretor do Plano de Livro, Leitura e Literatura do Ministério da Cultura, Fabiano dos Santos Piuba, lembra que os pontos de cultura e leitura vêm reconhecer os projetos e programas culturais nas cidades, são estratégias de políticas de aumento de leitura. “Os pontos de cultura têm origem nas palavras do ex-ministro Gilberto Gil. Ele dizia que a cultura serve como um ponto vital”, afirma. Os Pontos de Cultura reconhecem iniciativas de resgate cultural. São esses Pontos de Cultura que deram suporte aos Pontos de Leitura.

O poeta e a inscrição
Uma figura ilustre esteve na inauguração do ponto de leitura, Ricardo Silvestrin. Uma surpresa agradável esperava pelo poeta, contista, publicitário, editor e músico. No Largo, estão inscritos os versos: há uma cidade por dentro/ que percorre cada corpo/ e aonde quer que se vá/ ela vai junto/ cidade dentro de outra cidade/ é por isso que se diz minha/ minha cidade/ e sendo o corpo/ também dói e dá prazer/ concreto abstrato...

O trecho acima ou todos os versos deste poema podem ser encontrados no livro O Menos Vendido, premiado pelo Açorianos de Melhor Livro de Poesia. Silvestrini revela surpresa ao ver a inscrição. “A poesia está onde a arte deve estar, nas ruas, porque a arte tem que estar próxima das pessoas e elas gostam de música, de arte”, considera. O livro, lançado em 2006, conta com 350 poemas e foi elaborado ao longo de quatro anos.