27/10/2009 - 15:48

A arte de contar histórias em debate

 
Seminário Internacional de Contadores de Histórias explora o tema “O texto escrito na narração oral: o estilo e a autoria” e é evento integrante da programação da 13ª Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo

Foto: Claudio Tavares/UPF
Adil Pacheco, Celso Sisto e Eladio Weschenfelder, na abertura do seminário
“Contar histórias é uma profissão, requer leitura crítica, trabalho corporal, vocal e cênico”. É o que afirmou o coordenador do Seminário Internacional de Contadores de Histórias Celso Sisto, na abertura do evento nesta terça-feira, 27 de outubro. Integrando pela primeira vez a programação das Jornadas Literárias de Passo Fundo, o seminário conta com a participação de escritores e contadores de histórias do Brasil, da Argentina e da Espanha, todos com experiência reconhecida na promoção da leitura. A programação se estende até sexta-feira (30), das 8h30min às 11h30min, no auditório da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (prédio B6), Campus I da Universidade de Passo Fundo e contempla, além dos painéis teóricos, oficinas diárias e uma mostra de trabalhos.

O foco do seminário é justamente mostrar técnicas a serviço da contação de histórias, considerada uma importante prática na formação de novos leitores e na divulgação da literatura. Para isso, o tema em questão é “O texto escrito na narração oral: o estilo e a autoria”.

Os convidados para o painel do primeiro dia, Lucia Fidalgo e Ernesto Rodríguez, debateram os caminhos e limites do texto escrito que vira texto oral. Para o mediador Celso Sisto, a intenção é permitir que venha a tona a dificuldade que o narrador de histórias encontra quando se apaixona pelo texto literal e quer transpô-lo para a oralidade. “Será que todo o texto literário pode se transformar em texto oral?”, questiona.

Lucia Fidalgo, que é escritora e contadora de histórias, aponta que os caminhos para o texto escrito que vira texto oral passam pela emoção. “Quando se fala, a voz vem carregada de emoção, é como se fossem libertadas as palavras”, aponta, sem esquecer de mencionar o que considera como desafio principal. “O autor deseja ter todo o seu estilo preservado e o contador, para ser fiel a isso, precisa ser fiel ao texto escrito, o que o deixa limitado por vezes”, argumentou.

Agregando novos eventos
Os participantes do seminário foram recepcionados pelo vice-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF, Adil de Oliveira Pacheco, que deu as boas-vindas. O professor e contador de histórias Eladio Weschenfelder relembrou a histórias das Jornadas, que foram agregando novos eventos e ampliando a programação, de acordo com necessidades. Weschenfelder salientou a importância do evento, na medida em que os contadores de história têm papel fundamental como mediadores de leitura.

Programação
A programação do seminário segue nesta quarta-feira, com o tema O texto escrito que vira texto oral: a performance cênica, com a participação de Roberto Freitas, vencedor do curso Os Melhores Contadores de Histórias em 1996 e 1997 e pesquisador de histórias e cantigas da tradição oral, e da argentina Liliana Cinetto, escritora de livros infantis e disseminadora da arte da narração. Na quinta-feira (29), os debates abrangem O texto escrito que vira texto oral: o uso de elementos externos, com a diretora e atriz Fátima Café, da Cia. Café de Teatro e Música, e o espanhol Juan Gamba, ator, contador de histórias, diretor teatral e palhaço. A mostra de contos será realizada no dia 30. Já as oficinas iniciaram na segunda-feira (27) e se estendem até a quinta-feira, dia 29.

Assessoria de Imprensa Jornadas Literárias