27/10/2009 - 17:10

Euclides da Cunha foi tema do Encontro da Academia Brasileira de Letras


Foto: Claudio Tavares/UPF
Cícero Sandroni, Laura Sandroni e Luiz Paulo Horta entre autoridades acadêmicas
Na festa da literatura, uma das maiores representações das letras não poderia faltar. Os amantes da área puderam encontrar, na manhã desta terça-feira, 27 de outubro, Cícero Sandroni, Laura Sandroni e Luiz Paulo Horta. Os escritores participaram do primeiro dia do 3º Encontro Nacional da Academia Brasileira de Letras: revisitando os clássicos III. Os temas abordados pelos conferencistas trataram de Euclides da Cunha, autores de literatura infantil e Villa Lobos. O encontro se insere na programação da 13ª Jornada Nacional de Literatura, que acontece até o dia 30 de outubro, no Campus I da Universidade de Passo Fundo (UPF).

Os encontros da Academia Brasileira de Letras acontecem desde 2005. A idéia surgiu a partir da necessidade de aproximar a academia do público e incentivar a leitura de clássicos da literatura. Na abertura do evento, o presidente da Academia Passo-fundense de Letras Paulo Monteiro, fez uma comparação da academia com a seleção. “Enquanto a seleção brasileira é a pátria de chuteira, a Academia de Letras é a pátria de caneta”, brincou.

O presidente da Academia Brasileira de Letras Cícero Sandroni, abordou em sua conferência Euclides da Cunha jornalista, um brasileiro que revelou e mostrou a fundo o Brasil desconhecido pelo povo e que se descobriu vislumbrado diante do que ninguém conhecia. Sandroni lembrou que Cunha, com seu temperamento independente, encontrou na atividade de jornalista uma forma de entender a sociedade brasileira e explicá-la aos seus leitores. Tinha pouca experiência na reportagem e, por essa razão, foi escolhido para cobrir a guerra de Canudos. Um dos últimos a chegar, mas com sua inteligência foi capaz de ir além do relato e com seu talento conseguiu ver o que os outros não viam.

Em sua explanação, a conferencista Laura Sandroni, crítica literária especialista em literatura infantil, abordou alguns clássicos da literatura infantil brasileira como Monteiro Lobato, criador do Sítio do Pica-Pau Amarelo; Olavo Bilac, exemplo de influência na literatura escolar no Brasil, mestre na retórica, promoveu um abrasileiramento da literatura infantil e escreveu especificamente para crianças, e preocupando-se com a educação; e Viriato Corrêa, cronista e romancista. Em suas pesquisas, Laura avalia desde os primeiros Acadêmicos, que têm suas publicações fora de catálogo, até os que ainda são lembrados, como é o caso de Viriato Corrêa e o livro Cazuza.

A música de Villa-Lobos foi o tema de Luis Paulo Horta, que tratou do cinquentenário da morte do compositor. Com forte influência do choro em seu trabalho, Villa-Lobos era fascinado por folclore e conseguiu misturar de forma harmônica a música popular e a de concerto. Horta é jornalista, crítico musical e ocupa a cadeira de número 23. ocupada anteriormente por Machado de Assis na Academia Brasileira de Letras.

Troféus e homenagens
Os conferencistas receberam o Troféu Vasco Prado. A obra de arte em bronze homenageia convidados desde 1988. Uma homenagem foi entregue pela embaixatriz da Festa Nacional da Uva, Bruna Escopel Moreira, ao presidente da Academia Brasileira de Letras, pela aceitação do convite de ser embaixador da festa no próximo ano.

Próximos encontros
Nesta quarta, 28 de outubro, o encontro da Academia traz Antonio Carlos Secchin, poeta, ensaísta, e crítico literário brasileiro, com o tema Poetas em família: Bandeira, Drumond e Cabral. Para o dia 29, o tema é Euclides da Cunha. O conferencista Arnaldo Nieskier fala sobre “Atualidades de Euclides da Cunha”. Murilo Mello Filho faz um esboço biográfico do escritor e Moacyr Scliar aborda “Euclides da Cunha e o pensamento médico-científico de sua época”. Encerrando as atividades, na sexta, 30 de outubro, Eduardo Coutinho destaca “Machado de Assis e Guimarães Rosa: olhares para além de seu tempo”.


Os conferencistas falaram sobre Euclides da Cunha, autores de literatura infantil e Villa-Lobos

Assessoria de Imprensa Jornadas Literárias