27/10/2009 - 19:06

“Jornalismo, Cinema e Internet” abre Palco de Debates da 13ª Jornada de Literatura de Passo Fundo

 
Se ainda persistem incertezas sobre o que a internet nos reserva para o futuro, foi quase consenso entre os debatedores que o livro e o jornalismo devem sobreviver aos avanços da tecnologia.

Foto: Tiago Lermen/UPF
Entre os convidados, os jornalistas e escritores Fernando Molica, Guilherme Fiúza, Sérgio Leo e Ricardo Silvestrin, o roteirista e cineasta Jorge Furtado e o músico João Guilherme Estrella
A relação entre Jornalismo, Cinema e Internet foi o tema que abriu a programação do Palco de Debates da 13ª edição da Jornada de Literatura de Passo Fundo, na tarde desta terça-feira (27), no Circo da Cultura. Entre os convidados, estavam os jornalistas e escritores Fernando Molica, Guilherme Fiúza, Sérgio Leo e Ricardo Silvestrin, o roteirista e cineasta Jorge Furtado e o músico João Guilherme Estrella, cuja vida inspirou o livro “Meu nome não é Johnny”, escrito por Fiúza.

Se ainda persistem incertezas sobre o papel da internet no futuro, foi quase consenso entre os debatedores que o livro e o jornalismo devem sobreviver aos avanços da tecnologia. O jornalista Sérgio Leo, vencedor do Prêmio SESC de Literatura 2008 pela obra “Mentiras do Rio”, mudou os rumos da discussão ao dizer que o que está em jogo não é o conteúdo, mas sim o suporte nos quais a literatura e as notícias serão veiculadas. “O conteúdo não vai deixar de existir. Escritores continuarão fazendo literatura assim como jornalistas produzindo notícias. O suporte onde essa produção (literatura e notícias) será veiculada é que provavelmente vai mudar”, disse o escritor.

A importância da internet como instrumento de democratização da informação também foi ponto comum entre os convidados. Fernando Molica, autor de livros como “Notícias do Mirandão”, “O homem que morreu três vezes” e “Bandeira negra, amor”, lembrou que, se antes a produção de informação era monopólio de jornalistas, hoje, isso acabou com o surgimento da internet. “A internet provou uma necessidade fundamental do ser humano, que é a necessidade de se expressar”.

Guilherme Fiúza é da mesma opinião. Com um blog no extinto Portal No Mínimo e atualmente escrevendo outro para a revista Época, Fiúza percebeu que, entre tantos posts, alguns elogiosos, outros ‘sem classificação’, o que os milhões de internautas querem é um espaço para se fazer ouvir. Ele destacou as dificuldades de escrever seu primeiro livro, principalmente no tipo de linguagem a ser utilizada. “Sou formado em jornalismo, e jornalistas devem facilitar a vida do leitor escrevendo de forma objetiva. Literatura é diferente”.

Diretor de filmes como “O homem que copiava” e “Meu tio matou um cara”, Jorge Furtado também não crê no fim dos livros ou dos jornais. Durante sua fala, destacou a importância de jornalistas ou cineastas respeitarem o público, especialmente ao conteúdo de suas produções. “O leitor ou espectador tem o direito de saber se estão lendo ficção ou realidade. É fundamental que as pessoas saibam se o conteúdo de uma matéria ou de um filme é verdade ou não”.

Assessoria de Imprensa Jornadas Literárias