28/10/2009 - 16:35

Acessibilidade é garantida a surdos e deficientes visuais na Jornada

 
Pessoas cegas ou com baixa visão podem contar com a áudio descrição e aproveitar todas as atividades desta edição

Foto: Tiago Lermen/UPF
Deficientes visuais recebem informações por meio de um ponto de escuta
A preocupação em garantir a participação de todos os interessados na 13ª Jornada de Literatura se estende às pessoas com deficiência visual e aos surdos. Para isso, o Setor de Atenção ao Estudante (SAEs) proporciona a acessibilidade por meio de importantes ações: a tradução e interpretação que é tradição nas Jornadas e a áudio descrição, uma importante inovação no evento.

Tradução e interpretação
A acessibilidade da comunicação para o surdo na 13ª Jornada de Literatura ocorre por meio da tradução e interpretação em Língua Brasileira de Sinais –Libras. O trabalho especializado envolve elementos lingüísticos pela especificidade da língua que tem uma gramática própria e se diferencia da língua portuguesa. Segundo a tradutora/intérprete Andréia Mendiola, o profissional desta área precisa estar atento a todas as informações orais. A responsabilidade é a de traduzir para o surdo todo o evento, conferências e palestras viabilizando o acesso à informação, à compreensão e à comunicação entre pessoas que utilizam línguas distintas. Na Jornada, a tradução e interpretação envolve cerca de 100 pessoas surdas.

Áudio descrição
Não apenas para os surdos, a ação envolve, igualmente, o público de pessoas cegas ou com baixa visão. Para estas pessoas, a áudio descrição possibilita o melhor aproveitamento do evento. O processo consiste em descrever as situações e cenários que compõe as atividades, configurando como um recurso a mais para o deficiente visual que enriquece a informação auditiva recebida. Para isso, as áudio descritoras narram detalhadamente aos deficientes visuais, que recebem as informações por meio de um ponto de escuta. O recurso inovador está sendo utilizado por 15 deficientes visuais nesta Jornada.

Um dos participantes que usufrui da áudio descrição é Everton de Souza, de 34 anos. Ele tem baixa visão e participou de todas as atividades desde o inicio da Jornada. Para ele, que participou de outras edições, tem muita diferença em ter a áudio descrição e não ter. “Nós, deficientes visuais, perdíamos muitas informações tanto que muitos não encontravam estímulo para participar. A abertura e encerramento, por exemplo, eram atividades que geralmente não participavam”, considera. Everton conta que a abertura desta Jornada foi importante, pois teve toda a descrição. Se não fosse o recurso, ele ouviria apenas o fundo musical e não saberia o que estava acontecendo. “Eu consigo ver por meio dos olhos do áudio descritor”, pontua.

Conforme a psicopedagoga Ângela Soares, é de extrema importância garantir a acessibilidade de todos, especialmente nesta Jornada que tem como temática a tecnologia. “Implementar novos recursos e adequar procedimentos que possibilitem e qualifiquem a transmissão de informações é nosso papel. O trabalho de acessibilidade é desenvolvido na perspectiva de sanar as necessidades do público diversificado”, enfatiza. Ela destaca uma citação de Boaventura de Souza Santos que diz que temos o direito de ser iguais quando a diferença nos inferioriza e direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza.

Assessoria de Imprensa Jornadas Literárias