Desafiados pelo escritor Luis Augusto Fischer, 14 participantes das suas oficinas literárias, em Porto Alegre, produziram um romance em apenas um semestre, o último de 2008. O resultado final está nas 232 páginas de “Apolinário e Esmê - Luz e sombra no paralelo 30”, editora Nova Prova.

Seis das 10 mulheres que escreveram a obra participaram de uma sessão de autógrafos, nesta quarta-feira, 28 de outubro, durante a programação da 13ª Jornada Nacional de Literatura em Passo Fundo/RS. Um das autoras, Leonor Bastian, ressaltou o trabalho em equipe do grupo. “Cada um de nós podia escrever um capítulo sobre Apolinário e outro sobre Esmê. Depois, Fischer lia em voz alta para o grupo e o autor daquele trecho não podia opinar. Esse é o estilo dele, não sei se mais alguém faz algo parecido”, explicou Leonor.

Segundo ela, o organizador do romance determinou somente duas premissas: ele teria a última palavra no caso de falta de consenso e queria um  final feliz para a história. “Cada pessoa poderá imaginar seu próprio desfecho para o livro. Entre os autores, o final também é diferente para cada um. Mas a pergunta que fica é se Esmê vive na imaginação ou na realidade de Apolinário”, provoca Leonor, incentivando a leitura da obra. Ainda de acordo com ela, em todos os capítulos existem cenas da capital do Rio Grande do Sul, um pedido de Fischer.

Outro detalhe apontado por Leonor foi o prazo que o organizador repassou para a entrega dos textos. Cada autora tinha uma semana para produzir um capítulo, mas o prazo ficou mais apertado nos dois últimos: apenas um dia. “Ao mesmo tempo em que foi difícil escrever o romance, também foi muito legal participar desse projeto”, resumiu Leonor.

Os dois personagens (Apolinário e Esmê) vivem no tempo presente na capital dos gaúchos, traçando caminhos pelas ruas, bairros, cantos e recantos da cidade, sendo o grande enigma da obra o elo que liga a história de ambos.