29/10/2009 - 09:07

Literatura, teatro, música e novas tecnologias no palco de debates da 13ª Jornada


Foto: Tiago Lermen/UPF
Tecnologia como parte do cotidiano e integrante da cultura é consenso entre os debatedores
Assuntos distintos e ao mesmo tempo importantes pela sua atualidade, literatura, teatro, música e novas tecnologias foram o mote do palco de debates desta quarta-feira, 28 de outubro, durante a programação da 13ª Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo. Muita água para suportar o calor debaixo da lona do Circo da Cultura, mas os leitores permaneceram atentos às explanações dos convidados Alcione Araújo, romancista, dramaturgo, roteirista, cronista e ensaísta; Eloy Fritsch, um dos pioneiros na música computacional no Brasil; Fernando Bonassi, escritor, dramaturgo, roteirista e cronista; Marcelo Paiva de Souza, Doutor em Ciências da Literatura; e Márcio Ribeiro Leite, médico, vencedor do Prêmio SESC de Literatura 2008, na categoria romance, com a obra O momento mágico.

A tecnologia como parte do cotidiano e integrante da cultura é consenso entre os debatedores. Entretanto, eles chamam a atenção para algumas particularidades, cada um na sua área. Alcione Araújo afirma que o teatro talvez deva ser a expressão que mais prescinde da tecnologia, já que sua essência é “gente imitando gente pra gente ver”. Na opinião dele, a arte não está ameaçada pela ciência e pela tecnologia. “O que está em questão é como as pessoas vão utilizar isso”, proferiu.

O convidado Eloy Fritsch destacou algumas mudanças na forma de se fazer música, entre as quais, a concepção de novos instrumentos e interfaces musicais. A música hoje já pode ser produzida através de conexões neurais e disponibilizada em locais pouco prováveis, como escadas e paredes. A música eletroacústica também é uma nova linguagem, sendo o som organizado pelo computador. “Essas descobertas estão tendo a participação de músicos, engenheiros, profissionais da computação”, disse Fritsch, lembrando que a tecnologia atual é reflexo da evolução da humanidade e da ciência.

Sobre a evolução na forma de escrever, Bonassi relatou que o surgimento da internet tornou mais fácil a navegação pelo texto, sua visualização e correção. Todavia, ele aponta que mesmo a tecnologia facilitando o processo, a escrita ainda acontece “no quartinho dos fundos”. “A mágica do texto é do autor, o texto é pessoal, independente da tecnologia”, pontuou.

O livro como a mais perfeita tecnologia é a opinião de Marcelo Paiva de Souza. “Sou convicto de que uma tecnologia também é o livro. Ele é uma tecnologia imbatível”, argumentou. Souza agradeceu a oportunidade de estar na Jornada de Literatura de Passo Fundo.

Márcio Ribeiro Leite afirmou não ver as novas tecnologias oprimindo a arte. De acordo com ele, em razão disso devem surgir novas interfaces. “A arte nos faz refletir, tira-nos da escuridão do cotidiano da vida e representa o maior legado de uma civilização. A arte irá onde o homem for”, justificou.

Programação
Para esta quinta-feira, penúltimo dia da 13ª Jornada de Literatura, o palco de debates traz o tema Arquitetura, pintura e espaços virtuais. Na sexta-feira (30) as discussões são sobre Arte e convergência das mídias.

Assessoria de Imprensa Jornadas Literárias