Tom Zé
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Tom Zé

TOM ZÉ (Irará BA - 1936)
Compositor, cantor, arranjador e ator, é uma das figuras mais originais e controvertidas da MPB.

Compositor, cantor, arranjador e ator, é uma das figuras mais originais e controvertidas da MPB. Aprendeu a gostar de música ouvindo rádio em sua cidade natal a ponto de decidir estudar música na Universidade da Bahia, em Salvador, onde teve aula com Koellreuter, Smetak e Ernst Widmer, e aprendeu harmonia, contraponto, composição, piano, violoncelo. No começo da década de 1960, conheceu Gilberto Gil, Gal Costa, Caetano Veloso e Maria Bethânia, com quem montou um grupo para os espetáculos Nós, Por Exemplo e Velha Bossa Nova e Nova Bossa Velha. Com esse grupo foi para São Paulo, onde participou do espetáculo Arena Canta Bahia e do disco-chave para o movimento tropicalista, Tropicália ou Panis et Circensis. Naquele momento, a música popular não apenas puxou toda uma movimentação cultural no país, como também deu um exemplo de inteligência, engajamento, talento e senso estratégico artístico-cultural raro. Mais do que qualquer outro segmento social ou intelectual da época, a música popular colaborou para a recuperação democrática no Brasil. Com a chegada da liberdade de expressão, alguns desses autores deixaram a vida artística, e aqueles que permaneceram na ativa e com o sucesso contínuo foram dedicando-se mais a carreiras individuais. Toda aquela preocupação com a problemática nacional e com a movimentação da cultura musical no país desaparece, dando lugar a carreiras do tipo pop star. Não sabendo integrar-se nesse tipo de carreira mais convencional, Tom Zé fica um tanto esquecido. No fim da década de 80, sua carreira deu uma reviravolta, quando o músico David Byrne descobriu num sebo o inovador Estudando o Samba, LP em que Tom Zé (com parceiros como Elton Medeiros) mexe nas estruturas do principal gênero musical do país. Fascinado, Byrne lançou o compositor no mercado internacional por meio de seu recém-criado selo, Luaka Bop. O disco The Best of Tom Zé, editado por Byrne em 1990, foi aclamado pela crítica, ficando entre os dez melhores da década em todo o mundo, na avaliação da revista Rolling Stone. Excursionou pela Europa e Estados Unidos durante a década de 90, com bastante sucesso, o que só se refletiu no Brasil em 1999, com o lançamento de seu CD Com Defeito de Fabricação no Brasil. A partir daí, Tom Zé voltou ao cenário da música brasileira. Entre suas músicas destacam-se "Mã", "Um 'Oh!' e um 'Ah!'", "Nave Maria", "Cademar" (com Augusto de Campos), "Xiquexique" (com José Miguel Wisnik).

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