Circo lotado na abertura da 12ª Jornada Nacional de Literatura
28/08/2007 - 17:49
Movimentação cultural iniciou na segunda-feira, 27, e se estende até esta sexta-feira, 31 de agosto, recebendo escritores, artistas e leitores de nove países
Grupo XPTO, de São Paulo, juntamente com o Grupo Viramundos e o Grupo de Danças Tanz participaram da abertura

O templo sagrado da arte e da literatura, Circo da Cultura, ficou lotado na noite fria de segunda-feira (27 de agosto), em Passo Fundo, para a abertura da 12ª Jornada Nacional de Literatura. Com a já tradicional recepção “Respeitável público! O Circo da Cultura se abre e o espetáculo das letras e das artes vai começar”, a coordenadora da movimentação cultural, Tania Rösing, recepcionou a todos. As atividades da 12ª
Jornada continuam até sexta (31) e devem movimentar mais de 200 artistas e 21.400 leitores do Brasil e de outros nove países. O espetáculo de abertura encantou os participantes e foi realizado pelo Grupo XPTO, de São Paulo, juntamente com o Grupo Viramundos e o Grupo de Danças Tanz da Universidade de Passo Fundo (UPF).

Autoridades civis, militares e acadêmicas acompanharam a solenidade. A coordenadora das Jornadas Literárias, Tania Rösing, agradeceu a todos os participantes e colaboradores. “Agradeço aos apoiadores e patrocinadores, pois cultura e livros se fazem com aporte financeiro. Agradeço igualmente aos que trabalharam para viabilizar esta edição, sujeitos engajados, comprometidos, que nos permitiram viver um momento
digno, uma atmosfera diferente. Nenhum obstáculo é maior do que a nossa vontade de transformar o Brasil em um país de leitores”, garantiu. De acordo com Tania, a seleção do tema “Leitura da Arte & Arte da Leitura” permitiu um passo mais seguro pela consolidação da história das Jornadas, iniciativa que tenta perceber o sujeito leitor como intérprete das múltiplas linguagens. “Sairemos mais vivos depois de conviver com
poetas, artistas, escritores. É nosso dever lutar pela ampliação dos materiais de leitura e democratizar o acesso aos livros”, pontuou.

Também presente na solenidade, o reitor da UPF, Rui Getúlio Soares, afirmou estar honrado com a presença de tantos leitores no Circo da Cultura, exatamente no ano em que a UPF comemora seu 39º aniversário e a Jornada 26 anos de atividades ininterruptas. “Temos a certeza dos resultados concretos que a Jornada tem provocado junto à comunidade regional. Em nome da Reitoria desejamos a todos que promovam debates importantes, ajudando este país a crescer e a se desenvolver”, salientou, desejando que a semana seja singular na vida de cada participante”.

Representando a Câmara Federal, o deputado Beto Albuquerque (PSB), destacou que a cultura é o caminho da emancipação. “Vejo o desafio de construir a Jornada. É difícil mostrar ao país que somos a Capital Nacional de Literatura. Esse título conquistamos porque aqui se desenvolve um movimento literário que envolve a comunidade. Não estamos aqui só para vender livros, mas para amar os livros”, disse, lamentando
a insensibilidade do Conselho Estadual de Cultura em não apoiar o evento. “Meu protesto, enquanto cidadão gaúcho, é contra a cegueira do Conselho”.

Já o prefeito de Passo Fundo, Airton Dipp, considerou que a Jornada, ao longo de seus 26 anos, tornou Passo Fundo, a UPF e o Rio Grande do Sul uma referência nacional na cultura, na arte e na literatura. Conforme ele, é importante dar os parabéns e agradecer a todos os que constroem as Jornadas, sejam os professores que disseminam a cultura e, de forma especial, a UPF, excelência na área da cultura. “Que essa Jornada possa
ser ainda melhor”, desejou Dipp.

O deputado estadual Luciano Azevedo representou a Assembléia Legislativa na abertura da solenidade. “Tenho a certeza de que é possível fazer cultura no interior do Brasil, trazer a arte para longe das grandes capitais. Quem vem às Jornadas se surpreende a cada edição, por isso, desejo vida longa às Jornadas”.

A cerimônia de abertura contou, ainda, com a presença do presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vinícius Villaça. Ele reiterou o apoio da ABL às Jornadas e disse acreditar que cultura se faz com o desenvolvimento econômico e social. O coordenador Nacional do Livro e da Leitura, do Ministério da Cultura, Jéferson Assunção, lembrou que a cultura brasileira é rica em sua diversidade e se torna rica na sua dimensão escrita justamente por causa de eventos como a Jornada, que fazem do Brasil um país que lê. A presidente da Câmara Brasileira do Livro, Roseli Boschini, disse que participa da iniciativa com orgulho. “Quem sabe o Brasil possa chegar aos índices de leitura do Rio Grande do Sul, que lê três vezes mais do que no restante do país. A Jornada é um exemplo a ser conservado”, argumentou Roseli.

Participaram também da cerimônia: o vice-presidente da FUPF, Marco Antônio Ruas Schilling; do presidente da Câmara de Vereadores, Luiz Miguel Scheis; da vice-reitora de Graduação da UPF, Eliane Lúcia Colussi; do vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Hugo Tourinho Filho; da vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Cléa Bernadette Silveira Neto Nunes; do vice-reitor Administrativo, Nelson Beck; do deputado Márcio Biolchi; e do secretário executivo do Plano Nacional do Livro e da Leitura, José Castillo.

Autor surpresa
O autor surpresa desta edição da Jornada foi o paulista Gabriel Chalita. Autor de 42 livros, entre eles, "Educação: a solução está no afeto", "Os Dez Mandamentos da Ética" e "Pedagogia do Amor", ele é membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Paulista de Letras. Durante sua conferência, ele falou da arte e seu poder de transformação social. “A educação precisa utilizar o livro de forma mais envolvente. O professor precisa fazer com que o aluno se apaixone pelo livro”, finalizou.