Reflexões sobre Raymundo Correia e a língua portuguesa
30/08/2007 - 12:56
Imortais realizam debate no penúltimo dia do Encontro Nacional da Academia Brasileira de Letras, em Passo Fundo
Foto: Claudio Tavares
Paulo Monteiro, Domício Proença Filho e Lêdo Ivo participaram das atividades nesta quinta-feira

Discussões sobre a obra de Raymundo Correia e o documentário “Português, a Língua do Brasil”, marcaram o terceiro dia de atividades do 2º Encontro Nacional da Academia Brasileira de Letras, nesta quinta-feira, 30, em Passo Fundo. Programação integrante da 12ª Jornada Nacional de Literatura, teve como convidados para a mesa de debates os imortais Lêdo Ivo e Domício Proença Filho. Participou igualmente o representante da Cademia Passo-fundense de Letras, Paulo Monteiro.

Inicialmente o acadêmico Lêdo Ivo apresentou um de seus autores prediletos, Raymundo Correia, o qual intitulou de “o artista do verso”. De acordo com ele, Correia é um dos maiores poetas do final do século XIX, tendo predominado em sua obra temas como a melancolia, a saudade e a tristeza. Seu livro de estréia, “Primeiros sonhos”, foi publicado ainda quando o autor tinha 20 anos. Entretanto, segundo Lêdo Ivo, o grande ano da vida do poeta foi 1897, quando foi convidado para ocupar a cadeira de número 5 na Academia Brasileira de Letras. “Ele foi um poeta taciturno e pessimista, mas também celebrou a natureza. A originalidade era sua arma principal”, considerou.

Documentário
Na segunda parte de atividades da manhã, o acadêmico Domício Proença Filho, juntamente com a produtora cultural e cineasta Maria Eugênia Stein, apresentou o documentário “Português, a língua do Brasil”, que ainda está em pré-estréia. “Este documentário surgiu de uma idéia de refletir sobre o atual estado da língua portuguesa no país. Inicialmente era para ser uma série de cinco programas, mas então percebemos a necessidade de um elemento introdutório, do referencial básico, que orientasse um pouco o pensamento. Concluímos que o melhor lugar para se fazer isso seria a Academia Brasileira de Letras”, contou Maria Eugênia.

Após, foi desenvolvido o projeto e convidado o cineasta e acadêmico Nelson Pereira dos Santos para dirigir o documentário, realizado nos diferentes setores e bibliotecas da própria Academia. “A idéia inicial era apresentar a língua portuguesa na palavra de acadêmicos, selecionados de acordo com a sua representatividade regional. O filme ganhou outro rumo e tivemos o acréscimo de pronunciamentos importantíssimos de acadêmicos com representatividade cultural”, afirmou Domício, lembrando que o longa-metragem tem 18 depoimentos.

A outra parte do trabalho, intitulada “Português brasileiro – o estado da língua”, está em fase de captação de recursos e vai ser produzida em 26 pontos documentais de todo o país, onde há variações significativas da língua falada.

Programação
O último dia do 2º Encontro Nacional da Academia Brasileira de Letras, nesta sexta-feira, 31, terá a participação do Moacyr Scliar e Murilo Melo Filho. A coordenação dos debates, que acontecem no auditório da Faculdade de Odontologia da Universidade de passo Fundo (UPF), Campus I, é da professora Dr. Fabiane Burlamaque.


Mais informações com Ivani Cardoso e Maria Fernanda Rodrigues (Lu Fernandes Escritório de Comunicação) e Maria Joana e Cristiane (assessoria de imprensa da UPF) pelo telefone (54) 3316-8110/8142